quarta-feira, 11 de março de 2015

         ''Você sabia de tudo, mas não entendia nada. 
       Era o sol da manhã perdida, a lua da noite rebuscada. No rádio, Caetano. Nas mãos, o aparelho móvel, sequer olhava pra mim. 
       Eu disse "pshiu, olha pra mim", mas teu nexo sem sexo (mesmo que psico) era maior. 
       Egoísta! - eu lhe dizia a todo instante. 
       Dramática! - você cospia sem dó, nem piedade.
 

       Teu corpo respirava de raiva, paixão e jamais compaixão. 

       Era âmago. 

       Você não entendia de nada.
       Tampouco sobre Monet, canções populares e Dostóievski.
       Pagava de culto - barba, barba, charuto.
       Andava de All Star. 

      "pshiu, olha pra mim" - eu repetia incessantemente.
       Teu mundo virtual, vazio e seu cheiro pulsava mais.
       Bem mais que Meu corpo: nu. 

       Buscou a mim na falta de energia.
       A energia já não era mais eu.
       Cedi: tem coisa que não se nega. 

       Eu era apenas uma louca. Louca por você.
       E por Caetano.''


Eu trocaria Caetano facilmente por City and Colour, só pra que meus pensamentos se encaixassem com a realidade - e com a nossa história. 


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