sábado, 1 de março de 2014


''Eu já sabia que tudo acabaria na velha vida fria que sempre me cabia.''

   Dizem por ai que a maioria dos romances são parecidos, principalmente aqueles que tem fim. Maria podia sentir na pele tudo aquilo que os de corações partidos já cantaram ao pé de seus ouvidos gelados.
   Ela era cética, pés no chão e uma garota de inteligência tão exuberante que seus olhos negros passavam despercebidos por entre a multidão. Porém, a magia acontecia quando Maria abria seus lábios pra falar aos infiéis coisas que ninguém nunca ouvira.
   4 horas da manhã e seu celular tocou, o que era engraçado, pois a essa mesma hora ela havia perdido o sono. Coincidência?! Talvez. Apenas se sabe que o toque anunciava uma mensagem: - ''me deu muita vontade de te ligar agora.'' Os romances são mesmo parecidos. Maria sentiu-se sufocada. Rolou por entre os lençóis por alguns poucos segundos. Não exitou. Retornou a mensagem com uma chamada.
   A voz grossa ecoou ao fundo. Na verdade, nos primeiros minutos não se ouvia voz alguma, apenas um silêncio com gosto de lágrima. Maria insistiu: ''ei, fala comigo. Ei não chora não. Eu to aqui''. Talvez ela soubesse que estava errada, e que no fim da ligação se sentiria arrependida. Ou perdida. O que foi o caso.
  Eu poderia descrever a conversa de Maria com a voz do outro lado pra vocês, caros leitores. Mas seria difícil, e seria revelar parte da história de uma garota que distribui tantos sorrisos por ai, mas que na verdade, guarda um vazio enorme dentro de si. E que talvez nunca seja preenchido, como o da voz foi.
  Maria tem certeza de que todos os romances são iguais. Maria sabe que todos tem fim, por mais que não tenham um fim notável. Por mais que os olhos se cruzem ao acordar. Pode ser que seja a última vez. Ou talvez seja a primeira de muitas outras vezes que virão. Não se sabe ao certo quando uma mensagem te fará perder o chão numa madrugada qualquer.
  A garota que era tão cética desde que o fim bateu em sua porta, perdeu toda a razão e o foco que guardava dentro de si. A confusão e o tormento a invadiu. E desde a mensagem, Maria não consegue mais dormir. Pensa em tudo o que a voz lhe dissera.
  Maria precisa entender que nem tudo o que as pessoas lhe dizem são verdades. Maria precisa entender que o momento da verdade já passou, e agora o que lhe resta são palavras que precisavam ser ditas pra suprir a falta que fizeram no passado.

Maria escreveu um texto com conselhos pra ela mesma. Um lembrete: Mensagens as 4 horas da manhã nunca serão bem vindas. Nós nunca devemos aceitar o amor que achamos que merecemos. 

 



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2 comentários:

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